quinta-feira, 21 de maio de 2009

Entre o céu e a terra


O quanto vale o peso e a leveza? O bom e o ruim? O melhor ou o pior? A vida ou a morte? Um poço de contradição. Um precisa do outro para existir. A comparação segue tendo de um lado uma coroa e de outro uma cara. Se formos livres, temos liberdade, leveza, voamos ao desconhecido e ao bel prazer da vida. Porém somos insignificantes para a terra. Se formos árduos, pesados, esforçados, estamos fincados na terra como raízes que erguem árvores nas costas. Se a vida é um esboço, é um esboço do inacabado eterno momento de volta. Perdoar, voltar atrás, nada mais é do que o cinismo do imperdoável. Se vivermos uma vez, somos gratos à vida que temos pelo o seu momento singular. Único como amar. O amor que evoca o convite, a presença, o íntimo, e o fim. O fim que nos torna um único meio de certeza. A pluralidade e as contradições são meios de nos tornarmos um expoente de um “ícone global”, chamado vida.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O universo, como uma roda gigante


A vida é uma roda gigante. A avistamos sentados nas cadeiras que nos levam pra cima e pra baixo. Num girar lento e contínuo, nos vemos grandes e pequenos. Com amplos poderes ou menores. Estamos todos juntos girando. Não importa se somos crianças, adolescentes, adultos, idosos, todos fazemos parte desta esfera redonda, a “tal” roda gigante.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ps...

...o álbum do ano, talvez ainda não tenha saído, é esperar o que o Wilco nos aprontará desta vez. No entanto, o "problema" é o primeiro lugar da lista. Pois os Manics lançaram uma obra irretocável. Vai ser páreo duro pro Wilco. Mas em se tratando de Jeff Tweedy, nada é impossível. Em 30 de Junho teremos o veredicto.

Listas, Nick Hornby, "Alta Fidelidade"

Confesso, eu adoro as listas de final de ano. Ainda mais aquelas que são de cunho cultural. Acho bacana, pois você compara a lista dos outros com a sua, vê se existe uma “certa” lógica ou não, conforme a sintonia ao seu gosto particular, do que se escuta, lê e assisti, e sendo a lista boa, serve de incentivo para suas próximas pesquisas ou aquisições culturais. Enumerá-la é uma tarefa árdua, pior se for em ordem crescente de predileção. É um quebra-cabeça de “mil peças” onde cada uma tem o seu lugar no contexto final da sua resolução. Uma lista é momentânea. Refere-se ao tempo e espaço em que cada obra foi inserida para cada sociedade. E, em alguns casos, pode-se valer de fatos reais e particulares. Revelando nas entrelinhas ou não, o sentimento de abandono, raiva, felicidade, calmaria, liberdade, desejo, angústia, medo, solidão, enfim, o que é o ser humano.
Como não poderia deixar de mencionar, este pequeno texto acima, serve de introdução e homenagem ao grande escritor inglês contemporâneo, Nick Hornby. Que entre vários livros publicados, de grande aceitação de público e crítica, por se valer da ótima escrita, “Alta Fidelidade” é o seu carro-chefe. Uma breve sinopse do livro. Onde ele conta a história de um “looser” americano de classe média que possui uma loja de discos antiga, empoeirada e quase falida, em que os clientes que há frequentam são sempre os mesmos, a procura das mesmas bandas e artistas, tome-se a isso, dois colegas de trabalho atrapalhados com temperamentos antagônicos ao extremo. Tendo o personagem principal do livro, Rob Flamming, como um fazedor de listas nato. E ao ser abandonado pela sua namorada, ele revê sua dor enumerando inúmeras listas de filmes, músicas e livros, conforme o seu temperamento.
Um belo livro, escrito ao sabor do estado comum dos ingleses. Irônico, sarcástico (um afinado humor negro), grandes sacadas, e o principal, que eu os invejo tanto, a inteligência.
Como não poderia ser diferente, segue até o momento a minha lista de filmes e discos de 2009. (Em ordem crescente de predileção).



Filmes:

1- Entre os Muros da Escola
2- Katyn
3- Gran Torino
4- Sinédoque Nova York
5- O Visitante


Álbuns:

1- “Journal For Plague Lovers”, Manic Street Preachers
2- “The Eternal”, Sonic Youth
3- “A Woman A Man Walked By”, PJ Harvey & John Parish
4- “Fork In The Road”, Neil Young
5- “No Line On The Horizon”, U2


Músicas:

1- “Marlon J.D.”, Manic Street Preachers
2- “Black Hearted Love”, PJ Harvey & John Parish
3- “Magnificent”, U2
4- “Just Singing a Song”, Neil Young
5- “What We Now”, Sonic Youth

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ben Southall, o sortudo



Já temos o ganhador do cargo de zelador da ilha paradisíaca da Austrália. Ben Southall, britânico de 34 anos, teve o sonho concretizado. Ele trabalhará no “melhor emprego do mundo”. A vaga foi disputada por 34 mil candidatos de todo os países. Sendo que 16 finalistas de 15 países diferentes foram escolhidos para passar uns dias na ilha. Entre as atividades: receberam massagem, mergulharam, alimentaram tartarugas, correram, tiraram fotos, enfim, aproveitaram o que tinham em seus alcances. Nada mal.
O britânico assume o posto da maravilha dia primeiro de Julho. O contrato prevê um salário de 110.000 dólares por um período de seis meses de “trabalho”. Como passear pelas areis brancas, mergulhar, cuidar da fauna e flora locais, tirar fotos do local e postar no blog, e periódicas conferências com a mídia.
O emprego faz parte de uma propaganda do estado australiano de Queensland para estimular o turismo na região.

Black Francis, "Bluefinger"

Mais um disco solo do cara, que simplesmente criou e influenciou várias bandas que viriam depois dos Pixies. Se Kurt Cobain soltava ao vento que queria fazer uma música pefeita ao estilo do grupo de Boston, em contrapartida, Bono Vox deu a incumbência dos Pixies de abrirem a turnê européia do álbum “Achtung Baby”, talvez, o melhor disco do U2. Pouco? David Bowie dizia que a banda era melhor coisa surgida na década de 90.
Prolífico é apelido, em se tratando de Black Francis, num intervalo de um ano, ele sai do blues/folk/rock de “Fast Man/Raider Man” (um belo álbum duplo com um caldeirão de estilos diferentes) e realça um “retrocesso” as origens de seu som demente, berrado, simples, uivante, inteligente, cortante, em algumas músicas do inédito “Bluefinger”. Pois a maioria das faixas ainda é o domesticado Black Francis de “Dog In the Sad”. Longe de ser ruim. Aliás, duas ou três faixas até poderiam se passar, como "filhotes pré-nascidos" das músicas dos Pixies. Quardadas as devidas proporções. Num contexto geral, é um disco bem agradável de se ouvir, acima da média do que é lançado atualmente, e deixa a sensação que Mr. Black Francis é um cara acima de tudo, convicto com o que quer de seu som, levando sua carreira solo com muita dignidade e coesão, com pequenos tropeços aqui e acolá, mas num geral, o saldo é bem positivo. Mesmo sem toda a genialidade dos Pixies. Banda fundamental e atemporal na história da música.




Ps: Uma pequena amostra ao vivo dos Pixies, em "Debaser":
http://www.youtube.com/watch?v=avV1266d9k0. E o clipe do primeiro single do álbum, "Tight Black Rubber": http://www.youtube.com/watch?v=9pnvprcRt2o

terça-feira, 5 de maio de 2009

"Paranoid Park"

“Paranoid Park” de Gus Van Sant, é o retorno ao cinema minimalista do diretor. Onde a força da imagem contrapõe a falta de diálogo. Em uma história ligada à juventude e seus anseios, filmada pela ótica de um jovem skatista de 16 anos, que possui uma vida comum, de um garoto de classe média, até cometer um crime circunstancial. Onde a angústia, o medo, e a solidão, se tornam reféns de uma mente perturbada após o fato fatídico. Apresentando esta breve sinopse, vamos as nuances principais do filme.
Com o desenrolar da história, as cenas se mostram longas e em detalhes em relação à percepção dos atos do jovem skatista. Dando a impressão, muitas vezes, que estamos na alça de mira de seus movimentos. Acompanhando o filme com um binóculo que insiste em procurar algo de novo e revelador.
A câmera em slow motion, propositalmente, ilustram os momentos cruciais da trama, e que junto com a trilha sonora, faz uma fusão devastadora captando a sensibilidade de imagem e som. Já, a escolha das músicas de vários estilos diferentes, dão um sentido a mais de reflexão da vida. Ou, a analogia da volátil mudança de humor dos jovens, assim como eles mudam a cada segundo, as músicas de seus iPods.
O fato curioso do filme, é que Gus Van Sant, não se atém a explicar o seu desfecho final. Comum em suas obras. Ele retrata que os jovens, atualmente, em sua maioria, são pessoas deslocadas no tempo e no espaço em que os localizam. E que a amizade não é questão de afinidade. Como por exemplo, andar de skate não lhe trará necessariamente bons amigos.
No entanto, o mais importante em Paranoid Park, é mostrar a vida de um garoto skatista que busca em suas manobras solitárias de skate, as respostas para seus anseios na adolescência. Um filme de nosso tempo.

CD, mudança, realidade

Um texto antigo mas ainda atual, escrito aproximadamente há dois anos atrás. As coisas mudaram de lá pra cá. O dólar subiu, estamos em uma crise mundial, o surgimento do vírus da gripe suína, nossos iPods agora são celulares-musicais, e o melhor disso tudo, hoje com programas como youtube, myspace, e a própria internet como meio democrático e de alcance universal, os tais "tios patinhos" da indústria fonográfica, vivem de esmolas à procura de artistas e bandas que queiram fazer parte do seu time não mais "vitorioso". A mídia e a veiculação não estão mais em seus poderes e alcances, e, consequentemente, temos uma democrática demanda de bandas que buscam na rede, a liberdade de expressão e a criatividade, como um processo de reconhecimento nacional e mundial. Longe das amarras e do intuito do mais do mesmo que as gravadoras empunhavam. Enfim, segue o texto:


O CD está perto do último round, ou até mesmo, do nocaute, pois com a chegada do MP3, a desvalorização do dólar, a globalização para poucos, mas presente, o preço altíssimo dos CDs nacionais, a superficialidade, o interesse em consumir rápido em escalas gigantescas, são um dos fatores que levam ao falecimento do CD físico.Considero-me um lunático por comprar discos, hoje em dia. Sinto-me um E.T. (Spielberg?) quando entro numa loja deste departamento e tiro minhas economias por um álbum, porém, sou ainda do tempo de escutá-lo lendo o encarte e vendo o trabalho gráfico da capa de cada álbum, ver as suas fotos, qual instrumento o músico tocou em cada música, os créditos pessoais, enfim, gosto de ter o disco em vinil ou em CD, em minhas mãos. Mas reitero, sou um dos poucos.Compro CD por amar a arte e as bandas e artistas que eu coleciono e acompanho de perto. Levam-se anos para ter uma coleção de discos. Uma “tarefa” contínua e que exige uma boa condição econômica. Em pesquisas feitas pelas principais gravadoras nacionais como a EMI, a Sony e a BMG, apontam o consumidor jovem, como o principal “vilão” do aumento da queda das vendas de CDs originais. Alguns desses fatores são a não renda fixa, o interesse maior pela estética pessoal, e pela ânsia e competição em querer ter mais músicas armazenadas em um objeto pequeno, prático e de capacidade universal de alcance, o iPod. Enfim, uma competição de quantidade do que qualidade. Claro, existem exceções. No entanto, o CD é um objeto caro, em vista da renda econômica do brasileiro em geral. Não faz jus ao seu poder de aquisição. Este é um assunto muito complexo que envolve o bom senso e o lado econômico, que num mundo capitalista, estas duas conjunturas, não se associam, não se homogeneízam. Pois o “barato” para mim, pode não ser o “barato” para o outro, devido à disparidade socioeconômica de nossa sociedade. Acho um tanto subjetiva esta questão, mas ainda tenho a esperança de acreditar no bom senso alheio, de um dia, abaixarem o preço final dos CDs. Um exemplo total de perda de direção foi a nossa indústria fonográfica ter lançado um disco para download, e ainda pago, de uma das bandas mais legais como o Manic Street Preachers, sem ter a menos a previsão de lançamento do disco físico nacional. Enquanto isso, o nosso tímpano tem que aturar a cada ano, mais um disco de pagode, sertanejo e pop brega. As gravadoras têm o dever de dar espaço para todos os gêneros musicais. O que não acontece. Este é um exemplo crasso da valorização do superficial e do que vende mais. Pensar em quantidade de lucro, pela qualidade insignificante de lucro. A cultura desce. O preço sobe, e a população fica à mercê destes calhordas. Os "tios patinhos" da nossa “solene” indústria fonográfica.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pensamento

O ato de escrever é um exercício contínuo de sabedoria e aprendizado.
É também a melhor maneira de se expor algo, sem ter que direcioná-lo fisicamente a alguém.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Supernova

Em um mundo onde a concorrência humana é cada vez maior, as pessoas acabam buscando no outro, a maneira da sua subsistência. Infelizmente fazemos parte deste admirável mundo novo. Onde passado é passado, não tendo a necessidade de criar algo durável ou histórico, que possa influenciar posteriormente novas gerações que estão por vir. Todo o passado foi o impulso em altas doses do nosso presente. Ou como dizem: Quem vive de passado é museu. Não queremos construir legados importantes e nem tão pouco, pensamos compartilhá-lo ao próximo. Pois quem vai querer saber o que fizemos, se hoje existe uma rede democrática na Internet, o avanço infinito da tecnologia, o aparato eletrônico que substitui o homem por máquinas, a liberdade de escolhermos produtos emergentes e decadentes com prazo de validade anual. O que importa no presente é sermos ativos, indulgentes, com uma ironia de que tudo está ao nosso controle e de mais ninguém, mesmo que seja o inverso. É consumir para ter, e não ser. É gabar-se ao próximo pela sua roupa e não pelo que você é de fato. O presente é o nosso estar vivo por vivo. Não importa se estamos sendo individuais ou interesseiros uns com os outros. Buscamos algo maior em cápsulas de felicidades instantâneas, que amortecem nossas angústias indo contra aos nossos princípios de seres humanos. Humanização então, passa longe. Sentir compaixão ao próximo se estamos “encurralados” em problemas, como: comprar o último carro do momento, ir a Europa ou a Dubai, comprar o último iPod com 500 Kbs de memória ou um celular que mais parece um infinito de coisas que posteriormente serão desnecessárias. Sabemos ou será que sabemos? A verdade disso tudo, é que cada vez mais estamos procurando o nosso eu, mas sempre esbarramos no nosso subconsciente que nos seduz aos vícios de um mundo moderno. Na maioria dos casos, os segredos tornam-se aliados ao silêncio. A insegurança ao medo. O amor ao desapego. A verdade à mentira. A capacidade ao lugar comum. A criatividade ao concreto. A singularidade à pluralidade. A vontade ao desprazer. O começo ao fim. O passado ao presente. O futuro à utopia. O mundo se tornou um espaço extremamente contraditório. Talvez, a palavra mais certa que se encaixa como um curinga dentro de um baralho de cartas marcadas. Os seres humanos são os maiores culpados. Não há dúvida. Como diria o meu avô: Não se faz mais nada como antigamente. Um tanto redundante, mas ao mesmo tempo tão simples e verdadeiro. O que é ser otimista se vivemos em um mundo com fatos e tendências pessimistas. Talvez, o melhor é sermos realista. Apararmos no nosso princípio. (Ética?). Atualmente, uma palavra em voga, mas inerte ao sentido dúbio do significado aos atos pessoais. Não existe mais a ética. Existe a sua ética. A sua personalidade. E o seu caráter. O certo e o errado nunca existiram. No entanto, o errado é o parâmetro do superficial. O superficial é o parâmetro do presente. O presente é o parâmetro da ética atual. A ética é o parâmetro do certo. Onde estamos? Devemos buscar algo que nos inspirem, que nos distraem, que nos atingem no coração. O nosso verdadeiro e particular momento. O momento de deixarmos a canção, o artista ou a banda que gostamos, tomar a rédea. A leitura como a salvação da alma, das palavras, dos corações, do universo. Os filmes como retratos de um mundo que sempre idealizamos. O teatro como figuração de uma vida de desafios. O andar, como passos de quem sabe onde encontrar um bom caminho. A família, o alicerce de esperança e confraternização. O verdadeiro amigo, a confiança de se expor à verdade na sua plenitude mais real. E por fim, o amor, o grande barato dessa vida. Viver é um fardo, mas quando você encontra motivos e pessoas, que fazem valer a pena, é um constante e contínuo exercício do bem. O mundo e seus problemas se tornam pequenos, cabem no bolso da calça. Pensamos no que realmente nos dá prazer. A nossa busca por nós mesmos, os nossos verdadeiros ideais, o nosso singular e diferencial, fator X.

Neil Young, "Fork in The Road"

Neil Young, 63, acaba de lançar o seu trigésimo segundo disco de carreira. “Fork in the Road” (bifurcação), é pesado como nunca, cru, simples, despretensioso, e ao mesmo tempo grandioso. Parece que o cantor tirou de sua guitarra os agudos, para nos ensurdecer com os graves. O álbum nos remete aos discos mais roqueiros de Neil Young com os seus companheiros inseparáveis, a competente Crazy Horse.
O disco foi composto a partir de uma ideia central que o músico tinha há anos, quando viajou com o seu Lincoln Continental modificado para funcionar com a energia solar. O projeto foi concluindo, graças ao seu velho amigo engenheiro. Este fascínio, do ecologicamente correto, deu o tom nas composições das dez músicas do disco.
A faixa título é um chute na porta, com as palavras ditas em um sequência absurda e a guitarra ensurdecendo os ouvidos - que culmina em um refrão rancheiro - é um dos destaques. “Just Singing a Song”, é uma deliciosa balada que leva o ouvinte ao refrão tradicional a lá Neil Young, com backing vocals, lirismo aos poros da pele, emoção, composições certeiras, enfim, a letra revela que só cantar uma canção não vai mudar o mundo.
As belas “Off The Road” e “Light a Candle”, traz o músico de volta ao lado sereno, acústico, caipira e desiludido. Os dois lados de Neil Young. Já, “Get Behind The Wheel”, joga no mato o violão e resgata a velha guitarra no estilo blues-caipira.
Fechando a conta, “Fork in the Road”, é um disco inspirado na sustentabilidade natural, muito bonito, mas o que combina na parte sonora são as guitarras empunhadas por um tal bardo canadense chamado Neil Young, onde entoa suas canções com o dedo em riste os agouros e vivência que o tempo de estrada lhe trouxe.

Virada Cultural - 2009

Começa nesta semana às 18h do sábado indo até às 18h de domingo, a quinta edição da excelente Virada Cultural, em São Paulo. Tendo como várias atrações: shows, filmes, dança, teatro, artistas de rua, entre outros eventos.
O público do festival, como comprovado nas edições anteriores, promete reunir paulistanos, gringos e pessoas de outros estados, que aproveitam a cidade de São Paulo, com uma perspectiva cultural e democrática, longe do caos urbano que estamos acostumados no dias da semana.
O evento já se tornou uma referência no que existe de melhor para se fazer num dos melhores finais de semana do ano em São Paulo. No fim do post, o link da programação completa do festival. Façam o melhor planejamento do que a Virada Cultural tem a oferecer, e aproveitem.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Wilco e "One Wing"

O Wilco é uma das poucas bandas que consigo escutar todos os álbuns na íntegra, sem ter que dizer a mim mesmo, no meu subconsciente, em cada audição, que o disco “x” é melhor do que o disco “y”, ou, o disco “z” é o clássico da banda, etc. Enfim, é como definir o indefinido. Isso ilustra bem o quão importante é o som da banda para mim. As raízes do folk rock estão sempre em suas músicas, mas o elemento surpresa, o lado criativo dos músicos, é o que deixa o som do grupo muitas vezes inclassificável e mutável com o tempo.
O que mais difere o Wilco em relação a alguns grupos no cenário musical, atualmente, é o amadurecimento como banda, a qualidade das suas composições, o som único que beira muitas vezes à perfeição, e a inovação contínua perceptível a cada álbum lançado pela banda. Não por menos, Jeff Tweedy, já é considerado como o grande nome da geração do alt-folk-rock americano.
O Wilco acaba de finalizar o seu mais novo trabalho, posterior ao espetacular e terno, “Sky Blue Sky”, de 2007. A banda ainda não divulgou o título do disco. No entanto, fica aqui, uma primeira amostra do que virá pela frente. A inédita, “One Wing”, (
http://www.youtube.com/watch?v=ZsjCzx89uvM), uma das faixas que constarão no próximo álbum da banda, tocada ao vivo no tradicional festival americano, Lollapalooza.
É bom demais conhecer uma banda que você pode gostar dela a vida inteira.


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Fone de ouvido

Um fio que conectado a um aparelho ramifica em suas extremidades dois pequenos fones que podem ser de tamanhos e funções variadas, mas que num todo, tem a mesma finalidade: reproduzir em baixa, média ou alta escala o som que vai para os nossos ouvidos.
O fone de ouvido reproduz o que nossos corações e mentes querem ouvir no momento, pela matriz de um rádio, cd player, iPod, laptop, celular, ou até mesmo acoplado em nossas orelhas sem depender exclusivamente de um fio para conectá-lo, enfim, tudo que possui um auxiliador de volume possui invariavelmente uma saída para seus fones, pelo menos neste século 00. A era da modernidade estética, tecnológica, casual, prática e ágil.
Como não poderia ser melhor, além, é claro, de reproduzir sons que partem do princípio de músicas, jingles, vinhetas, trilha de filmes ou simplesmente barulhos, o fone de ouvido nos deixa privado de escutar conversas fiadas alheias, omitindo estes indigestos prazeres de compartilharmos a vida dos outros que não é nossa. Além do barulho externo pessoal, privamos de escutar o barulho externo através dos ônibus e sua poluição sonora e ambiental, os carros nervosos (com aqueles escapamentos que mais parecem feitos para ser um carro de F-1) que dirigidos em sua maioria por pessoas nervosas que aturam sempre a mesma rotina de trânsito lento, mais um dia estafante no trabalho, e mais um dia de rotina. Chega, e pé no acelerador, pois a casa é nosso lar, aconchego e sossego.
Este objeto simples é de fácil uso diário: leve, anatômico, portátil, pequeno ou de tamanhos variados dependendo de sua funcionalidade, cabe em quaisquer bolsas, bolsos, estojos, mochilas, sacolas, estantes, portas níqueis, enfim, em qualquer espaço pequeno desprezível a olhos nus.
O fone de ouvido pode não ser apenas um objeto de lazer, como um instrumento de trabalho essencial para alguns profissionais. Como por exemplo, produtores musicais, músicos, professores de cursos de idiomas, operários que trabalham em fábricas, pilotos de F-1, acionistas econômicos, guardas que zelam pela segurança pública, críticos musicais e apreciadores compulsivos por música.
Ele muitas vezes é esquecido em nosso dia-a-dia pelas várias situações que acompanham nossas vidas atarefadas como cidadãos comuns. No entanto, nem percebemos o quão ele se tornou um aliado em nossa rotina e um passatempo que distrai e estimula em um espaço de tempo indeterminado.
Em consideração a isso, é cada vez mais comum vermos pessoas usando-o em espera de filas de banco, em espera de consultas médicas, supermercados, shows, dentro de ônibus, andando ou correndo em parques, viagens a passeio dentro de ônibus ou aviões, passeios em avenidas - comércios, shoppings, praças de alimentações, dentro dos próprios carros, faculdades, na espera de alguém, em praças públicas, vagões de metrô, táxis, etc. O fone de ouvido já se tornou objeto intrínseco em nosso cotidiano, criando até mesmo uma socialização democrática em razão de seu uso externo. Pois têm como características principais: a praticidade, a agilidade e o conforto.
Sua durabilidade varia conforme os cuidados com que cada pessoa o maneja, marcas e modelos, uso por fins de lazer ou profissional, caídas ao chão, empréstimos a terceiros, utilidade específica, enfim, o uso do objeto em geral.
Encontram-se fones de ouvido, a “n” tipos de lugares, como disse, já se tornou um produto social, e por conseqüência, de fácil localização para compra. Tem-se como parâmetro ilustrativo à infinidade de chance de encontrá-lo para compra, como a infinidade de pessoas que passam pelas ruas, avenidas, praças comerciais e shoppings com o aparelho no ouvido.
O que seriam de nós sem nossos fones de ouvido tendo que aturar um mundo em nossas costas e orelhas?

É uma partida de futebol...

Depois da apática partida contra o Equador, o Brasil se mostrou mais decisivo e organizado em campo, no jogo realizado nesta quarta-feira, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Com as arquibancadas quase lotadas e jogando em casa, a seleção brasileira tinha como obrigação ganhar da inexpressiva seleção peruana.
O técnico Dunga deixou os dois principais jogadores gaúchos no banco de reserva. Alexandre Pato, que foi ídolo precoce no Internacional, e o craque já consagrado mundialmente Ronaldinho Gaúcho, que jogou por anos no arqui-rival Grêmio. Segundo o treinador, por questão física, Ronaldinho não foi escalado para jogar a primeira etapa do jogo. Já, Pato, pela ótima fase em que vive o atacante brasileiro Luís Fabiano.
O Brasil começa o jogo com o destaque da volta do meio-campista Kaká, depois de várias contusões sofridas neste ano. E não demora muito tempo para que o meio-campista milanês mostre toda a sua categoria habitual. Com toques rápidos e envolventes na bola, com ótima visão de jogo e objetividade nas jogadas, o jogador, começa a se destacar logo no começo do jogo. Com prestígio em alta no seu clube e na seleção, Kaká impõe um rítimo intenso armando as jogadas para os atacantes Luís Fabiano e Robinho, e vindo de trás com a bola em velocidade e precisão nos passes e chutes fortes vindos fora da área.
O Brasil começa a encontrar o seu melhor futebol. Com triangulações precisas e rápidas de Elano, Daniel Alves e Kaká, a bola começa a chegar com perigo na meta adversária. E não demora muito até que Kaká avança da ponta direita, dribla dois jogadores e é derrubado na área adversária. Pênalti. Luís Fabiano bate rasteiro no canto direito do goleiro, e é gol do Brasil.
A seleção brasileira depois de ter feito o primeiro gol segue marcando forte com Gilberto Silva, Fabio Melo e o zagueiro Lúcio, não dando espaços para o time peruano crescer no jogo. Feita a marcação forte, temos um time mais entrosado em campo, com um forte poder de ataque e com a presença insubstituível das ótimas armações de jogadas de Kaká. E não demora muito até o segundo gol. Num lance confuso, de impedimento, a bola viaja na pequena área e cai para o matador Luís Fabiano, que com classe, mata no peito, e com um chute mascado, porém bem colocado, chuta a bola devagar no contrapé do goleiro peruano. Gol do Brasil. E o atacante brasileiro se firma de vez no ataque da seleção canarinho.
A seleção segue pressionando o adversário, mas sem levar muito susto a meta do goleiro peruano. O jogo vai nesta constância até o final da primeira etapa.
A segunda etapa de jogo começa morna e com o time brasileiro sem modificações. O Brasil cadencia o jogo, administrando a vitória e o tempo, deixando assim, a torcida gaúcha a manifestar aos berros pedindo a entrada do jovem atacante Alexandre Pato. E não demora muito, e Pato entra, no começo da segunda etapa ovacionado pela torcida. Com boas arrancadas e dribles, o jogador começa a mostrar o seu melhor futebol em campo, mas sem grandes finalizações ao gol adversário.
O Brasil não repete a atuação do primeiro tempo, e até Kaká parece estar apagado no jogo. A partida segue para o seu final com os míseros dois a zero, feitos em uma seleção fraca tecnicamente. Pouco para uma seleção brasileira. Mas tudo mudaria a partir da arrancada com raça e rapidez do meio de campo Fábio Melo, onde o jogador praticamente colou a bola em seus pés e a trancos e barrancos driblando os jogadores peruanos, levou-a até a meta adversária fazendo mais um tento para o Brasil. Um gol acima de tudo, na vontade. Três a zero Brasil.
A partida depois do gol se tornou apática e previsível, sem grandes finalizações. Dunga trata de chamar para campo, o craque Ronaldinho Gaúcho, para o delírio da torcida e controversa opinião dos críticos perante a importância que o jogador tem mostrado com as fracas atuações na seleção canarinho. Fazia cabimento à entrada do jogador: era fim de jogo no estádio do seu rival, o Internacional, em sua cidade natal, e todo o seu histórico como jogador para o futebol nacional. Não se pode esquecer das vitórias e boas atuações que o craque nos deu. Foi justa a entrada do Gaúcho em campo.
Ele correu, lutou, marcou, deu dribles, chutou falta, cruzou, enfim, mostrou vontade, mas, no entanto, não foi e nem se esperava dele, uma grande partida. Até certo ponto normal, a não ser se lembrarmos o quão genial ele foi dentro das quatro linhas a ponto de ganhar com méritos, duas bolas de ouro, sendo como melhor jogador do mundo. È pouco o que ele jogou, mas tudo é momento no futebol.
A partida segue sem alteração no placar e sem grandes jogadas e finalizações, até os acréscimos do final do segundo tempo. Acaba a partida. Brasil 3x0 Peru.
Um jogo que valeu pela boa movimentação brasileira no primeiro tempo, os lances geniais e oportunos de Kaká, a grande presença na área de Luís Fabiano, alguns bons dribles de Robinho e boas triangulações do meio campo brasileiro. Pois no segundo tempo, o Brasil tocou mais a bola e administrou o bom resultado feito no começo do jogo. E por obra do acaso fez um tento a mais na segunda etapa. Sem muito merecer.
A seleção sai de campo com a vitória e com o segundo lugar no grupo das eliminatórias. Classificam-se quatro seleções, e o quinto lugar tem a chance de disputar a repescagem com algum selecionado da América.






Ps: Quis dar vazão à ótica da descrição e opinião. E, propositalmente, deixei de colocar informações adicionais, como: o tempo em que saíram os gols, as substituições de cada jogadores, os cartões recebidos, os acréscimos das duas etapas de jogo, etc.
Pois, o que vale no futebol: é bola na rede! Só (!?).

Notas

  • O escritor amazonense, Milton Hatoum, ganhador do prêmio Jabuti pelas suas três primeiras obras literárias, “Relato de Um Certo Oriente” (89), Dois Irmãos (2000) e “Cinzas do Norte” (2005), lançou seu quinto livro no começo de Março.
    “A cidade ilhada”, é a sua primeira coletânea de contos. Onde o escritor relata suas histórias pessoais, reedita alguns contos antigos antes publicados, descreve histórias pessoais de amigos ­- através de vários contos concisos e instigantes, em que tudo ganha nitidez e um grande poder de iluminação narrativa.

  • O grupo norte-americano, The Gutter Twins, liderados por Greg Dulli (ex-Afghan Whigs) e Mark Lanegan (ex-Screaming Trees), se apresentará pela primeira vez no Brasil, no dia 01/07, em São Paulo, na casa de show Bourbon Street, que possui como característica principal, a decoração nos moldes aos bairros tradicionais de New Orleans, conhecidos mundialmente pela forte cultura musical da soul music e do jazz.

domingo, 26 de abril de 2009

Avulsos

O quão belo é olhar o horizonte sem nada a esconder. Ouvir os cantos dos pássaros num dia ao entreter.
Sentar em um banco sem nada a pensar de ti, de nós, de nada. Partir sem deixar mágoa.
Correr ao ar livre e poder respirar um dia de amar. Sem pensar vou lhe entregar uma flor ao prazer de te esperar.
Aquelas nuvens que vem e vão, nunca se perdem em um céu límpido, assim como as estrelas que cobrem o céu escuro ao brilho do infinito.

Josh Rouse - "Country Mouse, City House"

Josh Rouse é destes artistas que sabem o que querem. Não propaga revolução musical e nem tão pouco requer em suas obras, um exercício delicado de familiaridade em suas músicas, em seu primeiro contato. Isto pra ele, não importa. Talvez a palavra que mais sintetize as obras de Josh Rouse, seja mesmo: a alma. A alma de um trovador solitário que evoca em suas canções, a sinceridade que falta no mundo musical, atualmente. Pontualmente, a cada ano, Rouse solta um disco. Sua vasta discografia permeia entre o delicado, o belo, a suavidade para com os arranjos orquestrais e sopros, violões acústicos, slide guitars, melodias simples, mas líricas, e o diferencial em suas obras, a honestidade para com seu público pequeno, mas fiel, comprovado em seus shows. Sinceridade vista e sentida também, em filmes de Clint Eastwood, Tim Burton, e do músico, Neil Young. Josh Rouse não está só. “Country Mouse, City House” é tudo isso escrito aí em cima, com uma pitada a mais de doçura, calmaria e sutileza, do que os seus discos anteriores (Subtitulo, 1972 e Nashville). Um álbum com a marca e identidade de Josh Rouse. (Pouco para alguns, mas muito, para quem acredita que as respostas para problemas complexos podem estar nas coisas mais simples. Como é o som e a proposta do cantor). Afinado com o seu tempo, Rouse, deixa claro através das palavras verbalizadas como melodias, o reflexo da existência do ser humano neste mundo atual: isolamento, solidão, natureza, religião, sonhos, desapegos, etc. Um álbum para se apreciar deitado em um confortável sofá ou poltrona, enquanto lá fora, o mundo corre com os seus dissabores e poucas alegrias.

Notas

  • O Cinesesc da Rua Augusta, 2075, São Paulo, promove entre os dias 9/04 a 30/04, o trigésimo quinto festival de melhores filmes de 2009. Os preços variam de 8,00 (inteira) a 2,00 (tabalhador do comércio e serviços, maticulados) reais. Entre os destaques da programação, estão: Vick Cristina Barcelona (eleito o melhor filme segundo o júri do público), Juno, Batman – O Cavaleiro das Trevas, Onde os Fracos Não Têm Vez (vencedor do Oscar 2008), Paranoid Park, Não Estou Lá, Estômago, entre outros. Vale dar uma conferida.

  • A banda britânica Radiohead, acaba de lançar no Reino Unido, um pacote especial com os seus três primeiros discos de carreira. O primeiro e barulhento Pablo Honey (93), o multiplatinado e maduro, The Bends (95), e o inovador Ok Computer (97). Cada edição consta com as capas de todos os singles da banda e seus respectivos b-sides compilados em um CD, um DVD com os clipes dos singles – shows e programas de televisão no qual a banda participa, o encarte com as letras das músicas e o álbum original. Tudo isso, remasterizado e envolto por uma caixa de papelão que segue o formato da capa e contra capa dos discos originais da banda. O preço varia entre 95 a 110 reais.

Livro

Um livro. Amontoado de papéis, centenas de palavras, sentidos, sensações, pluralidade de assuntos, singularidade, o tatear com as mãos, páginas, títulos, números, rodapés, coluna, significado, verso, poesia, prosa, crônica, reportagem, literatura, cantigas, traduções, ideias, caos, liberdade, paixão, semelhança, sentido do mundo, ambigüidade, apego, biografia, sinopse, amizade, significado, vida, inspiração, esforço, dedicação, prazer, tempo, memória, nostalgia, exercício da mente, admiração, entrega, envolvimento, olhos, mãos, cabeça, tinta, português, marca texto, grafia, hábito, vício, paciência, dedicado a alguém, comemorativo, ano, acadêmico, policial, aventura, romance, ficção, história, auto-ajuda, esotérico, técnico, reflexão, linha de raciocínio, aprendizado, fantasia, contextual, atemporal, entrelinhas, etc. Autor, livro, leitor.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

R.E.M. - "Accelerate"

Depois de um hiato de quatro anos sem lançar um disco inédito, visto que, o último trabalho do grupo foi o mediano e político “Around The Sun”, a banda norte-americana REM lançou no dia 1 de Abril de 2008 o seu 14º disco de carreira. “Accelerate” é um resgate aos seus primeiros discos, acordes e ao som mais básico da banda, com canções levementes pop que só o REM sabe transformar em elegância e qualidade, sem torná-las repetitivas e demodês. O primeiro single da banda - "Supernatural Superserious" - foi lançado no próprio site do REM: www.remhq.com. Tanto os fãs como os críticos constataram que o trio voltou acelerado, fazendo jus ao título do álbum. Terminadas as sessões de gravação do álbum, o vocalista Michael Stipe, disse: “As pessoas estão na hora de escutar e conhecer de novo o som do REM”. Nossos ouvidos agradecem a “boa vontade” da banda nestes seus 25 anos de legado a boa música.

Antítese

Corra, e arrisque o novo. Levante, saia correndo. Caia, mas saiba vencer. Liberdade é cega como abismo, aventure-se no improviso! Originalidade, menos obviedade. Percalços são obstáculos de vitoriosos. A diferença é o seu subconsciente. Palavra retrata o espírito diferente. Siga reto, olhe para o horizonte, acelere contra os obstáculos. Fragmentos e empecilhos vou seguir o meu caminho. Pare, não siga. Corra, mas não levante antes. Esqueça o novo. Copie o retrato já retratado. Leia, o que já foi lido. Abra, e descubra o mesmo. Repare na diferença, mas você anda igual aos outros! Então, siga o mesmo fluxo da massa. Vai vencer? Talvez. Não! O óbvio mordeu o parasita que habita a sua alma.