O CD está perto do último round, ou até mesmo, do nocaute, pois com a chegada do MP3, a desvalorização do dólar, a globalização para poucos, mas presente, o preço altíssimo dos CDs nacionais, a superficialidade, o interesse em consumir rápido em escalas gigantescas, são um dos fatores que levam ao falecimento do CD físico.Considero-me um lunático por comprar discos, hoje em dia. Sinto-me um E.T. (Spielberg?) quando entro numa loja deste departamento e tiro minhas economias por um álbum, porém, sou ainda do tempo de escutá-lo lendo o encarte e vendo o trabalho gráfico da capa de cada álbum, ver as suas fotos, qual instrumento o músico tocou em cada música, os créditos pessoais, enfim, gosto de ter o disco em vinil ou em CD, em minhas mãos. Mas reitero, sou um dos poucos.Compro CD por amar a arte e as bandas e artistas que eu coleciono e acompanho de perto. Levam-se anos para ter uma coleção de discos. Uma “tarefa” contínua e que exige uma boa condição econômica. Em pesquisas feitas pelas principais gravadoras nacionais como a EMI, a Sony e a BMG, apontam o consumidor jovem, como o principal “vilão” do aumento da queda das vendas de CDs originais. Alguns desses fatores são a não renda fixa, o interesse maior pela estética pessoal, e pela ânsia e competição em querer ter mais músicas armazenadas em um objeto pequeno, prático e de capacidade universal de alcance, o iPod. Enfim, uma competição de quantidade do que qualidade. Claro, existem exceções. No entanto, o CD é um objeto caro, em vista da renda econômica do brasileiro em geral. Não faz jus ao seu poder de aquisição. Este é um assunto muito complexo que envolve o bom senso e o lado econômico, que num mundo capitalista, estas duas conjunturas, não se associam, não se homogeneízam. Pois o “barato” para mim, pode não ser o “barato” para o outro, devido à disparidade socioeconômica de nossa sociedade. Acho um tanto subjetiva esta questão, mas ainda tenho a esperança de acreditar no bom senso alheio, de um dia, abaixarem o preço final dos CDs. Um exemplo total de perda de direção foi a nossa indústria fonográfica ter lançado um disco para download, e ainda pago, de uma das bandas mais legais como o Manic Street Preachers, sem ter a menos a previsão de lançamento do disco físico nacional. Enquanto isso, o nosso tímpano tem que aturar a cada ano, mais um disco de pagode, sertanejo e pop brega. As gravadoras têm o dever de dar espaço para todos os gêneros musicais. O que não acontece. Este é um exemplo crasso da valorização do superficial e do que vende mais. Pensar em quantidade de lucro, pela qualidade insignificante de lucro. A cultura desce. O preço sobe, e a população fica à mercê destes calhordas. Os "tios patinhos" da nossa “solene” indústria fonográfica.
terça-feira, 5 de maio de 2009
CD, mudança, realidade
Um texto antigo mas ainda atual, escrito aproximadamente há dois anos atrás. As coisas mudaram de lá pra cá. O dólar subiu, estamos em uma crise mundial, o surgimento do vírus da gripe suína, nossos iPods agora são celulares-musicais, e o melhor disso tudo, hoje com programas como youtube, myspace, e a própria internet como meio democrático e de alcance universal, os tais "tios patinhos" da indústria fonográfica, vivem de esmolas à procura de artistas e bandas que queiram fazer parte do seu time não mais "vitorioso". A mídia e a veiculação não estão mais em seus poderes e alcances, e, consequentemente, temos uma democrática demanda de bandas que buscam na rede, a liberdade de expressão e a criatividade, como um processo de reconhecimento nacional e mundial. Longe das amarras e do intuito do mais do mesmo que as gravadoras empunhavam. Enfim, segue o texto:
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