“Paranoid Park” de Gus Van Sant, é o retorno ao cinema minimalista do diretor. Onde a força da imagem contrapõe a falta de diálogo. Em uma história ligada à juventude e seus anseios, filmada pela ótica de um jovem skatista de 16 anos, que possui uma vida comum, de um garoto de classe média, até cometer um crime circunstancial. Onde a angústia, o medo, e a solidão, se tornam reféns de uma mente perturbada após o fato fatídico. Apresentando esta breve sinopse, vamos as nuances principais do filme.
Com o desenrolar da história, as cenas se mostram longas e em detalhes em relação à percepção dos atos do jovem skatista. Dando a impressão, muitas vezes, que estamos na alça de mira de seus movimentos. Acompanhando o filme com um binóculo que insiste em procurar algo de novo e revelador.
A câmera em slow motion, propositalmente, ilustram os momentos cruciais da trama, e que junto com a trilha sonora, faz uma fusão devastadora captando a sensibilidade de imagem e som. Já, a escolha das músicas de vários estilos diferentes, dão um sentido a mais de reflexão da vida. Ou, a analogia da volátil mudança de humor dos jovens, assim como eles mudam a cada segundo, as músicas de seus iPods.
O fato curioso do filme, é que Gus Van Sant, não se atém a explicar o seu desfecho final. Comum em suas obras. Ele retrata que os jovens, atualmente, em sua maioria, são pessoas deslocadas no tempo e no espaço em que os localizam. E que a amizade não é questão de afinidade. Como por exemplo, andar de skate não lhe trará necessariamente bons amigos.
No entanto, o mais importante em Paranoid Park, é mostrar a vida de um garoto skatista que busca em suas manobras solitárias de skate, as respostas para seus anseios na adolescência. Um filme de nosso tempo.
terça-feira, 5 de maio de 2009
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