quarta-feira, 29 de abril de 2009

Supernova

Em um mundo onde a concorrência humana é cada vez maior, as pessoas acabam buscando no outro, a maneira da sua subsistência. Infelizmente fazemos parte deste admirável mundo novo. Onde passado é passado, não tendo a necessidade de criar algo durável ou histórico, que possa influenciar posteriormente novas gerações que estão por vir. Todo o passado foi o impulso em altas doses do nosso presente. Ou como dizem: Quem vive de passado é museu. Não queremos construir legados importantes e nem tão pouco, pensamos compartilhá-lo ao próximo. Pois quem vai querer saber o que fizemos, se hoje existe uma rede democrática na Internet, o avanço infinito da tecnologia, o aparato eletrônico que substitui o homem por máquinas, a liberdade de escolhermos produtos emergentes e decadentes com prazo de validade anual. O que importa no presente é sermos ativos, indulgentes, com uma ironia de que tudo está ao nosso controle e de mais ninguém, mesmo que seja o inverso. É consumir para ter, e não ser. É gabar-se ao próximo pela sua roupa e não pelo que você é de fato. O presente é o nosso estar vivo por vivo. Não importa se estamos sendo individuais ou interesseiros uns com os outros. Buscamos algo maior em cápsulas de felicidades instantâneas, que amortecem nossas angústias indo contra aos nossos princípios de seres humanos. Humanização então, passa longe. Sentir compaixão ao próximo se estamos “encurralados” em problemas, como: comprar o último carro do momento, ir a Europa ou a Dubai, comprar o último iPod com 500 Kbs de memória ou um celular que mais parece um infinito de coisas que posteriormente serão desnecessárias. Sabemos ou será que sabemos? A verdade disso tudo, é que cada vez mais estamos procurando o nosso eu, mas sempre esbarramos no nosso subconsciente que nos seduz aos vícios de um mundo moderno. Na maioria dos casos, os segredos tornam-se aliados ao silêncio. A insegurança ao medo. O amor ao desapego. A verdade à mentira. A capacidade ao lugar comum. A criatividade ao concreto. A singularidade à pluralidade. A vontade ao desprazer. O começo ao fim. O passado ao presente. O futuro à utopia. O mundo se tornou um espaço extremamente contraditório. Talvez, a palavra mais certa que se encaixa como um curinga dentro de um baralho de cartas marcadas. Os seres humanos são os maiores culpados. Não há dúvida. Como diria o meu avô: Não se faz mais nada como antigamente. Um tanto redundante, mas ao mesmo tempo tão simples e verdadeiro. O que é ser otimista se vivemos em um mundo com fatos e tendências pessimistas. Talvez, o melhor é sermos realista. Apararmos no nosso princípio. (Ética?). Atualmente, uma palavra em voga, mas inerte ao sentido dúbio do significado aos atos pessoais. Não existe mais a ética. Existe a sua ética. A sua personalidade. E o seu caráter. O certo e o errado nunca existiram. No entanto, o errado é o parâmetro do superficial. O superficial é o parâmetro do presente. O presente é o parâmetro da ética atual. A ética é o parâmetro do certo. Onde estamos? Devemos buscar algo que nos inspirem, que nos distraem, que nos atingem no coração. O nosso verdadeiro e particular momento. O momento de deixarmos a canção, o artista ou a banda que gostamos, tomar a rédea. A leitura como a salvação da alma, das palavras, dos corações, do universo. Os filmes como retratos de um mundo que sempre idealizamos. O teatro como figuração de uma vida de desafios. O andar, como passos de quem sabe onde encontrar um bom caminho. A família, o alicerce de esperança e confraternização. O verdadeiro amigo, a confiança de se expor à verdade na sua plenitude mais real. E por fim, o amor, o grande barato dessa vida. Viver é um fardo, mas quando você encontra motivos e pessoas, que fazem valer a pena, é um constante e contínuo exercício do bem. O mundo e seus problemas se tornam pequenos, cabem no bolso da calça. Pensamos no que realmente nos dá prazer. A nossa busca por nós mesmos, os nossos verdadeiros ideais, o nosso singular e diferencial, fator X.

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